proporcionado e devoto que vi, e não sei como a tal terra veio tão rica cousa. A gente é pobre, por estar a terra já gastada, e estão apertados dos guaimorés: as vacas lhes morrem por causa de certa erva, de que há copia, e comendo-a, logo arrebentam. Tem um engenho de açúcar, foi fértil de algodão e farinhas, mas também estas duas cousas lhe vão já faltando, pelo que se despovoa a terra.
Aqui temos casa em que residem de ordinário quatro: tem igreja bem acomodada, e ornada; o sítio é mui largo com uma formosa cerca de todas as árvores de espinhos, coqueiros, e outras da terra, hortaliça, etc. Toda a casa é aprazível por estar edificada sobre o luar. Os padres têm a seu cargo duas aldeias de índios, que terão passante 200 pessoas e visitam outras cinco ou seis, com muito perigo dos guaimorés.
Junto a Porto Seguro quatro léguas, está a vila chamada Santa Cruz, situada sobre um formoso rio; terá 40 vizinhos com seu vigário; é algum tanto mais abastada que Porto Seguro. De Santa Cruz partimos aos 2 de outubro com um comboieiro, que em um dia e noite nos deitou 60 léguas, e tornado a calmar, corremos com nordeste flanco toda a tarde para a Bahia, já determinados de não ir naquelas monções, que se iam acabando, a Pernambuco, e também porque se chegara o tempo da congregação, que se havia de começar a 8 de dezembro.
Chegados à Bahia, vendo o padre visitador que todo aquele ano e o seguinte, até junho, não podíamos ir a Pernambuco, começou de tratar muito mais de propósito dos negócios de toda a província, tomando mais notícia das pessoas dela, e das mais cousas que nela