abre aquela sapadoura, e cai a fruta; se comem muita dela verde, pela uma pessoa quantos cabelos tem em seu corpo; assadas é boa fruta. Das panelas usam para grais e são de dura; a madeira da árvore é muito rija, não apodrece, e é de estima para os eixos dos engenhos.
Araticu – Araticu é uma árvore do tamanho de laranjeira, e maior; a folha parece de cidreira, ou limoeiro; é arvore fresca e graciosa, dá uma fruta da feição e tamanho de pinhas, e cheira bem, tem arezoado gosto, e é fruta desenfastiada.
Destas árvores há muitas castas, e uma delas chamada araticu-paná; se comem muito da fruta fica em fina peçonha, e faz muito mal. Das raízes destas árvores fazem boias para redes, e são tão leves como cortiças.
Pequiá – Destas árvores há duas castas; uma delas dá uma fruta do tamanho de uma boa laranja, e assim tem a casca grossa como laranja; dentro desta casca não há mais que mel tão claro, e doce como açúcar em quantidade de um ovo, e misturado com ele tem as pevides.
Há outra árvore pequiá: é madeira das mais prezadas desta terra; em Portugal se chama cetim; tem ondas muito galantes, dura muito, e não apodrece.
Jabuticaba – Nesta árvore se dá uma fruta do tamanho de um limão-de-ceitil; a casca, e gosto, parece de uva-ferral, desde a raiz da árvore por todo o tronco até o derradeiro raminho; é fruta rara, e acha-se somente pelo sertão adentro da capitania de São Vicente. Desta fruta fazem os índios vinho, e o cozem como vinho de uvas.