Verifica-se mesmo que a crítica nasceu com Manoel de Araujo Porto-Alegre que nos legou preciosíssimos elementos de orientação, resultado de meticulosas pesquisas e diretas observações desde os pintores do século XVII, nas páginas do "Ostentor Brasileiro", do "Iris", da "Minerva Brasiliense", da "Guanabara", da revista do Instituto Histórico e em publicações dispersas.
É ele quem inicialmente trata de Frei Ricardo do Pilar, dos pintores coloniais e revela os artistas que surgem no seu tempo, deixando testemunhos de primeira mão, sem os quais a história da arte seria ainda mais mofina — sua crítica imprimindo uma orientação louvavelmente brasileira.
A Porto-Alegre sucedem, no comentário, na crônica e na biografia, homens de letras como Rodrigo de Souza da Silva Pontes, Sebastião Ferreira Soares, Moreira de Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Marques Pinheiro (F. B.) Bettencourt da Silva, Padre Silverio de Souza, Felix Ferreira, Barão Homem de Mello, Antonio da Cunha Barbosa, Rangel S. Paio, que escreveu uma obra sobre a Batalha dos Guararapes; Jacy Monteiro, José Leão, Carlos de Laet, Laudelino Freire, Moreira de Vasconcellos, João Luso, Victor Vianna, Chermont de Britto, Angyone Costa; na crítica profissional, Gonzaga Duque, Carlos Americo dos Santos, M. Nogueira da Silva, autor de Pequenos estudos de arte e Artistas de hoje; Raul Pederneiras, Flexa Ribeiro, Mattos Cardoso, Julio Medeiros, Tapajoz Gomes e Terra de Senna — todos acompanhando a vida dos artistas, dizendo-lhes das exposições, ouvindo-lhes as queixas e os sonhos, estimulando-os, assistindo-lhes o martírio sem consolo e a glória efêmera.
De somenos importância não foi a contribuição dos que nos esclareceram quanto à arte dos índios hábeis de Marajó, sobre os que levantaram os templos