Bruno Lechowski
Em 1926 chegou ao Paraná o pintor polonês Bruno Lechowski. Vinha talvez sem ideia de fixação, como o norueguês Alfredo Andersen. Pintou o Paraná, frio e brumal, com os seus verdes lânguidos e seu sol sem ardentias. Andersen ficou na sedução da terra; Lechowski ampliou a sua ambição de conhecimento e percorreu S. Paulo, Minas, ficou no Rio, pintando, aquarelando a natureza nas horas e nos aspectos mais diferentes, a fim de apreender plenamente a nossa luz, o nosso verde, o nosso céu e o nosso mar.
Durante onze anos, Bruno Lechowski não tem feito mais do que ver, amar e pintar a natureza do Brasil, como se nessas três coisas consubstanciasse todo o seu ideal no mundo.
Tem exposto várias vezes, como ainda agora, quando completa cinquenta anos de idade (1937) e executado milhares de estudos de cor, dos nossos campos e de aspectos das nossas cidades. Na Ilha de Paquetá viveu meses transportando para o óleo e à água-tinta todos os deslumbramentos estivais da Pérola da Guanabara. E o que fez, num ou noutro gênero, não é senão Paquetá com a sua luz própria, com as suas praias, os seus luares, o seu mar murmuroso, os seus jardins purpureamente floridos de buganvílias, a sua quietude e a sua poesia.
Bruno Lechowski serve à pintura brasileira com inteligência e uma exaltada paixão de artista.