para a amostra, havia rebentado a revolta. Canhões postados no Cais do Pharoux aconselhavam os artistas a outras atividades...
Sant'Ollala fez-se, então, dos nossos. Trabalhava. Fazia coisas que hoje valem fortuna. Em 1894, concorrendo ao Salão, obtinha a medalha de ouro de 3ª classe. Dessa época são os seus quadros O pescador, adquirido para o Clube dos Diários, A forja, O poeta e o cantor, Cascatinha e muitos outros.
Sant'Ollala tinha uma paixão ardente pela nossa terra. Via-a com arrebatamento, amava-a com enternecimento. A nossa luz fascinava-o. Diante da nossa natureza fremia como um poeta panteísta. E esse amor transplantava para os quadros com a maior porção de sensibilidade.
Seriamente enfermo, depois de uma vida breve e cruelmente atormentada, Francisco Garcia Sant'Ollala recolheu-se à Casa de Saúde Francisco Eiras, onde morreu a 4 de abril de 1895.
Em Virgilio Lopes Rodrigues encontrou o artista espanhol um amigo de todas as horas. Não o abandonou nunca, amparou-o sempre. Levou-o a enterrar e ainda hoje o recorda com indisfarçável emoção.
Aludindo aos artistas "de fora", não se pode esquecer Sant'Ollala. Ele foi dos mais brilhantes que pintaram o nosso ambiente e amaram a nossa terra.
Rio de Janeiro — 1938.