Euclides da Cunha a seus amigos

Só em 15 de agosto de 1913, dia memorável de uma ressurreição, a palavra de Alberto Rangel, companheiro fraterno, de mocidade, de escola e de egressão, que lhe sentira bem perto as delicadezas sensíveis de homem de sentimento, de homem bom e puro, digno e altivo, que não se subtraía em um deslize, iniciou a obra sem‑par de reabilitação de uma memória sagrada e que não só não merecia o opróbrio de que a cobriram, como também toda ela era um protesto violento contra aquilo com que a queriam infamar.

Já Oliveira Lima destacava em 1911, pelo "O Estado de São Paulo", os traços afetivos do amigo incomparável, trazendo a público parte da sua correspondência.

Mais tarde Coelho Neto, na transfiguração mágica de sua palavra cinética e colorida, evocou a figura do amigo cujo coração lhe deixara vazio maior do que o da inteligência excepcional. As páginas do Livro de Prata guardam, felizmente, essa evocação maravilhosa que de certo modo completa a de Alberto Rangel.

Daí por diante, o Grêmio Euclides da Cunha, que se nutre da seiva que lhe chega sempre e a dia certo desse homem de dimensões intelectuais e morais da escala das de Euclides, que é o autor do Inferno Verde, não esquece, há já 25 anos, na evocação do seu dia, "por protesto e adoração", de trazer a documentação indispensável ao traçado exato do perfil sem-par.

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