Euclides da Cunha a seus amigos

Rio, (25-6-909).

Coelho Neto, um bravo pela tua delicadeza moral! Seria cruel se eu recebesse à noite aquele telegrama... Mas não seguirei o teu conselho. O revés desafoga-me: merecido castigo ao deslize de haver tentado deslocar um concorrente oficialmente mais amparado pelo Direito. A minha reta, diante das vacilações do Governo, é esta: renunciar. É o que vou fazer já, por telegrama. E sinto-me verdadeiramente feliz, porque nesta longa fox-hunting, que principia no voto do X... e termina nas tendências simpáticas de alguns poderosos, em tudo isto, descobri uma alma honesta e perfeitamente clara, a tua. Logo ou amanhã te abraçará, agradecido, o teu Euclides. (146)Nota do Autor

***

Rio, 18-6-1909.

Oliveira Lima.

Soube por José Veríssimo que estranhou a ausência de cartas minhas. Pudera! Imagine um modesto estudante de filosofia natural, enleado durante cinco meses nas fórmulas embrulhadas do que se diz simplesmente

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