Euclides da Cunha a seus amigos

— e é uma prova maciça, tangível — é que o Briguiet está encantado; e a alegria de um livreiro, diante de um livro de alto preço, vale dez artigos de crítica encomiástica. Eu espero que se aplaque um pouco a história política para dizer o que penso a respeito. O mesmo esperam Coelho Neto e outros. Se o senhor aqui estivesse, e visse, como vemos, que se leem interviews, ou intrigas de politicagem, compreenderia a nossa atitude. Não é o tempo que nos falta é a serenidade para pensar noutra coisa além do alarmante assunto de todos os dias. Os mais indiferentes, como eu, estão contagiados do mal. Porque é uma doença, isto que aí está, nas ruas, na imprensa e nas câmaras, a agitar a nossa fraqueza irritável... Euclides.

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Oliveira Lima.

É o eterno conflito de Ramus e dos escolásticos recalcitrantes. Se o senhor por acaso leu a dissertação acerca do singularíssimo ponto que me coube para a prova de improviso (a Ideia do Ser) e que o "Jornal" mandou taquigrafar, já deve ter um juízo claro da minha atitude e dos rancores que despertei. Não importa! Prefiro o rangir de dentes desses coitados aos seus apertos de mão. O senhor e mais alguns bem poucos amigos são os meus únicos juízes. De qualquer modo estou tranquilo. Sinto mesmo esse plácido e magnífico bem-estar

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