Rodrigues Alves - Tomo 2

Apogeu e declínio do presidencialismo

circulação que nos flagela e um elemento precioso ao saneamento dela, isto é, a sua substituição pelo regime metálico."

Assim, o reconhecimento do princípio intervencionista era seguido pelo seu ideal no campo monetário, que eram a conversibilidade metálica da moeda e a defesa do crédito externo. Rodrigues Alves e Bulhões não podiam desprender-se das arraigadas convicções do seu tempo.

O resultado da política cambial correspondeu plenamente às intenções do governo: "A pedra angular do Banco reformado [diz o mesmo documento] tinha de ser a franca, possante, oficial instituição de um aparelho regulador das taxas cambiais, para evitar as oscilações bruscas."

Graças à ação do novo Banco do Brasil o câmbio nacional não ficaria mais entregue ao jogo espoliativo de bancos estrangeiros, como no tempo em que Rodrigues Alves fora ministro da Fazenda.

Por isto mesmo, a síntese da administração poderia consignar: "Não se duvida mais que a interferência organizada da carteira cambial consegue regular a frequência e demasia das oscilações das taxas em benefício de toda vida social; consegue mesmo equilibrar os câmbios em alta relativa." E agora vinha a informação importante, dada no termo do governo: "Eles [os câmbios] que giraram em torno de 12 por tanto tempo, foram subindo, quase sem desfalecimento, até acima de 17."

Pode-se discutir — e isto foi feito mesmo naquela época, a propósito do Convênio de Taubaté — o acerto econômico daquelas providências financeiras destinadas a sanear a moeda, honrar o crédito, firmar o câmbio em alta. Mas não se podem negar duas coisas: primeiro, que esta era a política financeira indispensável ao êxito do programa do governo, fundado em grandes melhoramentos materiais financiados, em parte substancial, por créditos e serviços estrangeiros; segundo, que esta política foi honesta, conscientemente executada e levada a pleno sucesso.

Falando na Câmara dos Deputados, em 2 de agosto de 1915, o deputado maranhense Dunshee de Abranches proferiu valioso estudo sobre a obra financeira de Rodrigues Alves como ministro da Fazenda e presidente da República.

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