para cumprimentá-lo pela sua eleição à chefia da República, ajuntando no seu diário íntimo: "Deus há de permitir que ele complete o seu difícil mandato".
A nota final mostra que as dúvidas sobre as condições físicas de Rodrigues Alves, e sua capacidade para o exercício do poder, existiam no círculo dos seus mais íntimos amigos e responsáveis correligionários, desde a data de sua eleição.
Entretanto, a tranquilidade do presidente eleito era absoluta. Em cartas a Catita, escritas de Guaratinguetá naquele mês de março, não faz a menor referência ao pleito que o levara, pela segunda vez, à chefia da nação. No dia 15, lembra a necessidade de se adaptar o novo portão da casa da Senador Vergueiro "para a entrada de carros". No dia 17, começa dizendo: "Todos vão indo sem novidade, continuando eu no mesmo regime, esperando sempre ficar mais forte."
A saúde é que o preocupava. Sentia-a combalida, tinha o dever de se fortalecer. Terminava confessando a falta que sentira das netas, que pouco antes o haviam visitado em Guaratinguetá "e que tanto alegraram a casa".
O ancião, preocupado e triste, parece que se animava, com a companhia das três meninas, no velho casarão.
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A República se encontrou, então, em uma encruzilhada, decisiva das rotas do seu destino, em um momento no qual, se fosse possível a previsão dos acontecimentos futuros — e ela era perfeitamente previsível para os componentes do pequeno grupo dirigente, — e se este grupo tivesse deliberado com rapidez e decisão, talvez a sobrevivência da Constituição de 1891 não se tornasse impossível, como veio a ser.
O mais acertado seria a candidatura de Rui Barbosa. Ela, depois da morte de Rodrigues Alves, chegou a adquirir uma consistência que antes nunca conhecera, nos meios políticos e conservadores.
Mas Rui era levado por um estranho, invencível pendor de cobrir de obstáculos intransponíveis o caminho aberto à sua permanente ambição. Ainda não foi devidamente estudado, por nenhum dos mais ilustres ruístas (um João Mangabeira, um Homero Pires, um Luís Viana Filho, um Gontijo de Carvalho, um Américo Lacombe, um Salomão Jorge), nenhum ruísta