Rodrigues Alves - Tomo 2

Apogeu e declínio do presidencialismo

de convocar o embaixador em Washington e colaborador do Barão para ocupante do Itamarati. Isto revelou-se, tardiamente, um erro. Se Nilo fosse o chanceler, nunca teria criado com Rui o caso da embaixada da paz, e, assim, ter-se-ia evitado uma das maiores razões do afastamento deste da presidência, com a morte de Rodrigues Alves. Já se pensou como seria inevitável a indicação de Rui, morto Rodrigues Alves, em um momento em que ele estaria atraindo a atenção do mundo, ao lado de Clemenceau (que o homenageara pessoalmente), de Wilson e de Lloyd George, pela sua pregação de dois anos, em favor da causa aliada?

Rui estaria em Versalhes em posição superior à que conquistara em Haia. As ambições de Domício, aliadas à complicada psicologia de Rui, constituíram-se em elemento de influência no desenrolar dos acontecimentos, que só mais tarde foi possível avaliar.

Não consta dos papéis de Rodrigues Alves qualquer resposta ao relatório de Nilo Peçanha. Provavelmente não terá ido além de uma carta formal de agradecimento, sem mostra de qualquer compromisso futuro.

Em março e abril, Rodrigues Alves ficou em São Paulo, em plena atividade. Sua saúde parecia equilibrada. Recomendava moderação nas medidas executórias do estado de sítio, que havia sido aprovado conjuntamente com o estado de guerra. Opinava que, em relação à censura da imprensa, dever-se-ia fazer diferença entre os grandes órgãos de opinião, mesmo os que o combatiam, e certos pasquins que então pululavam em São Paulo, infamando todo mundo, inclusive ele próprio (nota de Altino de 18 de março).

No dia 17, segundo o diário do presidente paulista, Rodrigues Alves presidiu a uma reunião das bancadas federais paulistas no Senado e na Câmara. Insistiu no seu velho princípio do respeito à verdade eleitoral, o que aliás salientara na sua plataforma.

A saúde continuava boa, pelo que anotou Altino no dia 24, mas a preocupação dos amigos denotava que o estado geral do conselheiro não inspirava plena confiança.

Em maio, o Presidente Venceslau Brás prestigiou o seu sucessor com uma visita pessoal a São Paulo, onde se encontrou com Rodrigues Alves.

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