Escravidão Negra em São Paulo

Um estudo das tensões provocadas pelo escravismo no século XIX

Januario cabiuda escravo da Fasenda de São Bento do capitam Mór Floriano.

Disse que sabe dos ajuntamentos por ter assistido alguns, de noite, e que foi tomar meizinha em casa de Diogo escravo de Joaquim dos Santos, e que esta era para o livrar de chumbo, e armas, emais não disse.

Epara constar fiz este Termo que assignarão.

Eu Manoel Francisco Monteiro Escrivam de Paz o escrevi = Cunha = Joaquim Jose Soares de Carvalho = João Maria de Couto

TERMO DE REPERGUNTAS

AO ESCRAVO FRANCISCO DE SUTERIO ANTONIO


Aos dezoito de Fevereiro de mil oito centos trinta e dous nesta villa de Sam Carlos, e càsas do Juis de Pas Jose da Cunha Paes Leme e officiaes Promotor, e Curador procedendo na repergunta ao escravo Francisco crioulo de Suterio Antonio ad junto com o Joaquim Mestre ferreiro do capitam Joaquim Texeira, e entrando em conferencias os dous, postos em liberdade.

Disse o Joaquim ao Francisco

"Pois não te lembrar eu dizer que na cidade se estava formando hum levante de escravos para se vir reunir com os daqui e formarem o levante, e que eu vos disse, que Jose Valentim de Mello, filho do falescido Capitam Valentim de Mello fora o que me convidara e induzio anós todos, e por isso eu te convido; pois o dito nosso Jose Valentim promette, que matando os brancos, ficamos todos libertos, e se reparte o dinheiro ? Resposta — Respondeo Francisco, que com effeito se lembrava agora realmente ter sido assim tal, e qual emais não disse.

Do que para constar fiz este Termo que assignou elle Juis, Promotor, e Curador, e testemunhas que prezentes se achavão depois de lido por mim Manoel Francisco Monteiro Escrivão de Paz o escrevi = Cunha = Joaquim Jose Soares de Carvalho = João Maria de Couto = Joaquim Jose da Silva = Antonio Januario Pinto Ferrás = Daniel da Silveira Cintra = Salvador Nunes de Brito = Cruz de Suterio Antonio = estava a cruz = Cruz de Vicente Jose de Arruda = estava a cruz =

PERGUNTAS A MIGUEL MONJOLO

ESCRAVO DE DONNA ANNA FRANCA CARDOZA


Aos vinte de Fevereiro de mil oito centos trinta e dous, nesta villa de São Carlos em casas do Juiz de Paz Jose da Cunha Paes Leme e sendo ahi prezentes o Promotor Joaquim Jose Soares de Carvalho, e o Curador João Maria de Couto, por elles Juiz, e officiaes procederão no interrogatorio ao escravo Miguel Monjolo de Donna Anna Franca Cardoza, o qual disse que recebia meizinha da mão de Miguel escravo de Teodoro Francisco de Andrade pela qual lhe deo duas patacas, a qual servia para o livrar de chumbo, e armas dos brancos, e fazião seus ajuntamentos anoite, oculto dos brancos, emais não disse.

Epara constar fiz este Termo que assignou elle Juis, e officiaes deposi de lido por mim Manoel Francisco Monteiro Escrivão de Paz o escrevi = Cunha = Joaquim Jose Soares de Carvalho — Jose Maria de Couto =

PERGUNTAS AO JOSE CONGO

ESCRAVO DO CAPITAN JOSE DA CUNHA PAES LEME


Elogo no mesmo dia supra declarado, procedendo elle Juis e officiais ao interrogatorio a Jose congo escravo do capitão Jose da Cunha Paes Leme.

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