Diário e notas autobiográficas

Texto escolhido e anotações por Ana Flora e Inácio José Veríssimo

guardas, que montei no Paço da Cidade, de um funeral ao qual fui de arma ao ombro, de um célebre passeio militar em ordem de marcha, com mochila, etc., ao Jardim Botânico.

Durante este mês expliquei muitos pontos de exame. Guardo uma curiosa lista de todo o meu trabalho de explicador até Março de 1858.

1857

2 — Dezembro


Baile ao Imperador na Escola com primeira luz elétrica.

Fui promovido a 2.° Tenente do corpo de engenheiros pelo então Ministro da Guerra Jeronimo Francisco Coelho. Foi muito disputada essa promoção, apesar de ocupar com o meu irmão os primeiros lugares da lista enviada pela Escola. Guardo, por isso, ainda gratidão ao liberal e bom General Coelho.

7 — Setembro

Nos trabalhos do Eclipse total do Sol no Observatório.

1858

11 — Dezembro


Aprovado plenamente com o grau 9 em Botânica sendo meu lente, o ilustre Dr. Francisco Freire Alemão, que propusera grau 10 (Distinção).

16 — Dezembro

Requeri minha fé de ofício para apresentar na Escola de Marinha e poder entrar em concurso para vaga de substituto da Sessão de matemáticas. Na aversão, que tinha à vida militar, e no amor ao professorato, recorrera a esse meio para deixar de ir para a Escola Militar e de Aplicação no internato da Fortaleza da Praia Vermelha. A Congregação da Escola de Marinha decidiu que só fossem aceitos os formados nessa Escola.

1859

4 — Fevereiro


Matriculei-me na Escola Militar e de Aplicação.

É aí seu professor o Tenente-Coronel José Carlos de Carvalho; em Direito Natural Justiniano José da Rocha, "o célebre redator do Brasil".

1860

Dezembro


Requerimento pedindo concurso para ir estudar na Europa à custa da Escola, como determinava o Regulamento de então.

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