Afonso Pena e sua época

CAPÍTULO XVIII

Deus, Pátria, Família e Liberdade


A CARTA fatal de Hermes fora guardada cautelosamente pelo presidente, esperando o desenrolar dos acontecimentos. Mas, fornecido pelo signatário, foi exibido o texto nos quadros do noticiário de O País e circulou pela cidade toda. O nervosismo nas salas do Congresso era contagioso. Riscavam-se nomes na lista da porta, para dificultar as votações. O "estouro da boiada" produzia desastres incalculáveis.

A carta de Rui Barbosa a Azeredo e Glicério revelara um ponto novo na questão: a candidatura do Barão do Rio Branco. Rui o sondara através do genro, Batista Pereira, que gozava de sua intimidade, e politicamente apelara no mesmo sentido para José Marcelino. O trecho que se referia ao barão dava-lhe uma posição singular no mundo político brasileiro. Entre os que hoje chamaríamos "presidenciáveis", coloca-o numa posição singular:

"Pois Mato Grosso não tem o Sr. Joaquim Murtinho? O Rio Grande do Sul, o Sr. Pinheiro Machado, o Sr. Borges de Medeiros, o Sr. Carlos Barbosa? Santa Catarina, o Sr. Lauro Müller? São Paulo, o Sr. Rodrigues Alves, o Sr. Campos Sales, o Sr. Bernardino de Campos, o Sr. Francisco Glicério, o Sr. Albuquerque Lins, e o Sr. Antônio Prado? Minas, o Sr. Bias Fortes e o Sr. Francisco Sales? O Rio de Janeiro, o Sr. Quintino Bocaiúva e o Sr. Nilo Pessanha? A Bahia, o Sr. José Marcelino, o Sr. Severino Vieira, o Sr. Araújo Pinho e o Sr. Seabra? Pernambuco, o Sr. Rosa e Silva? O Brasil, o Sr. Barão do Rio Branco?"

O destaque ao barão, como único dos candidatos de feição nacional, sensibilizou o barão que escreveu a Rui uma carta tocante:

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