Afonso Pena e sua época

"A imensa bondade de V. Ex.ª para comigo o levou mais uma vez a exaltar as minhas modestas aptidões que muito mais insuficientes seriam se eu tivesse sido ou pudesse ser obrigado a exercê-las fora da esfera de ação em que me tenho encerrado.

[...] em caso algum eu poderia aceitar o elevado e difícil posto em que V. Ex.ª e outros ilustres brasileiros desejavam ver-me colocado, e não poderia aceitar ainda mesmo que o presidente e todos os chefes políticos, aqui e nos Estados, sem discrepância, me pedissem esse sacrifício. Igual linguagem eu tinha tido uns vinte dias antes em conversação com o presidente da República.

***

Beijo as mãos de V. Ex.ª pelas belas e generosas palavras que escreveu a meu respeito [...]"(1) Nota do Autor

A carta de Rui, gravada em bronze, ostenta-se numa das paredes do velho Itamarati, como um dos títulos honrosos do patrono espiritual de nossa diplomacia. Mas a revelação chocou o amigo Afonso Pena e demonstrou o desastre dos contínuos desencontros nos últimos dias: o das tentativas de candidatura do Barão do Rio Branco, que seria uma solução alta e honrosa da crise. E o presidente apressou-se em esclarecer:

"Meu caro Rui Barbosa

Na sua importante carta dirigida aos Senadores F. Glicério e A. Azeredo, hoje publicada, encontro uma referência à atitude por mim tomada em relação ao nome do Barão do Rio Branco, ultimamente indicado por meu amigo para salvar a crise política do momento, que reclama retificação de minha parte. O General Pinheiro Machado procurou-me segunda-feira e, expondo os fatos políticos que se desenrolaram a propósito da sucessão presidencial, me disse que o Marechal Hermes lembrara o nome do Barão do Rio Branco, acrescentando que alguns políticos, cujos nomes declinou (General Glicério e Drs. Lauro Müller

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