MANOELITO DE ORNELLAS escritor gaúcho nascido em Itaqui, nos princípios deste século, é o novo autor que vem enriquecer a Coleção Documentos Brasileiros. Estrelando em 1928 com um volume de poemas — Rodeio de Estrelas — Manoelito de Ornellas filiou-se desde logo ao modernismo então ainda no apogeu, trazendo na sua poesia o sabor novo de um regionalismo bem característico. Em 1930, reapareceu com um segundo livro de poemas — Arco-Iris — onde já se movimenta, apesar de certos laços com o primitivo impulso da escola, em terreno mais livre e original. De 1934 é a monografia Tupan-Cy-Retan e de 1938 o primeiro livro em que se atira aos caminhos do ensaio e da crítica Vozes de Ariel. Bem dotado para o gênero, excelentemente informado, Manoelito de Ornellas analisa nesse volume as principais figuras da nossa literatura moderna, com uma agudeza de conceitos e com interpretações que muito o recomendaram à atenção da crítica da época. Vieram em seguida Símbolos Bárbaros (1941), ensaios, e Tiarajú (1945), poema em prosa contando a epopeia do índio missioneiro. Suas conferências Tradições e Símbolos e Caminhos Originais do Brasil, foram reunidas em volume em 1940 e 1945, respectivamente. Manoelito de Ornellas, além de suas atividades literárias pelo livro e pela imprensa, também exerceu diversos cargos públicos de destaque no Rio Grande do Sul, entre os quais anotaremos os de Presidente da Associação de Imprensa (1938), Diretor da Biblioteca Pública (1938), Diretor da Imprensa Oficial e do Jornal do Estado, de 1939 a 1942, Diretor do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda, em 1942, e atualmente o de Diretor do Arquivo Público do