1 — PROLEGÔMENOS — O descobrimento — Sua confirmação — Expedições exploradoras — O contrato do pau-brasil — Viagens comerciais — As feitorias.
Achada a terra do Brasil em 1500, da maneira por que sabeis, por obra do acaso, ou por propositado intento, como ainda hoje se discute sem solução possível, Dom Manuel se deu pressa, logo no ano seguinte, em ordenar uma expedição marítima, que deveria confirmar e concluir o descobrimento. O comando dessa expedição seria dado a André Gonçalves, que fora mestre do navio de Vasco da Gama, se foi ele, como se infere de Gaspar Correia nas Lendas da Índia, quem levou de Porto Seguro ao reino a notícia do sucesso de Cabral. É verdade que Varnhagen, o nosso grande historiador, atribuiu esse comando a Dom Nuno Manuel; mas essa hipótese está completamente afastada da discussão, depois dos estudos modernos de Harrisse, Capistrano de Abreu, Vignaud e outros. Com André Gonçalves viria Amérigo Vespucci, que havia passado a servir a Portugal, depois de ter servido a Espanha. Compunha-se a frota expedicionária de três caravelas, que partiram em meados de maio e vieram a encontrar nas vizinhanças do Cabo Verde a frota de Cabral, que regressava da Índia. A 16 de agosto a frota avistou terra, na altura de um cabo, que recebeu, em virtude da festa do calendário celebrada nesse dia, o nome que ainda conserva, de São Roque. Daí rumou para o sul, e desde o cabo de Santo Agostinho, avistado a 28 de agosto, até o porto de São Vicente, a 22 de janeiro,