João Ramalho, por exemplo (que a si próprio se chamou, certa vez, "fronteiro" do Paraíba) e as dos pioneers da América anglo-saxônia é, com efeito, tão obviamente radical quanto o será, sem dúvida, o que subsiste entre as consequências próximas ou remotas que delas podem decorrer. Com o risco, embora, de sugerir noções bastante unilaterais dos aspectos aqui estudados da formação brasileira — como, por exemplo, a de que ao indígena teria cabido nela um papel absolutamente preponderante — acentuaram-se talvez, de preferência, certos traços peculiares, sui generis que em nossa história se podem associar àquele conceito de fronteira. Esse mesmo risco, em todo caso, ainda apresenta menor importância do que uma consideração superficial ou desatenta de tais peculiaridades.
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A publicação fragmentária de vários trabalhos aqui reunidos teve ao menos a vantagem, sem preço para o autor, de permitir observações e contribuições de entendidos que o ajudaram a melhorar consideravelmente o texto. As críticas, especialmente, que mereceram do Professor Herbert Baldus, em artigo em O Estado de São Paulo e, posteriormente em sua Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, vários conceitos emitidos em estudos destinados a constituir a primeira parte do volume, permitiram retificá-los em muitos pontos. Altamente valiosas foram, além disso, as observações e críticas que obsequiosamente consentiu em fazer ao capítulo sobre a cera e o mel, um dos especialistas que melhor se dedicaram ao estudo das nossas abelhas indígenas: o Senhor Paulo Nogueira Neto. Não menos úteis se tornaram as observações e objeções que, em palestra, me fez o Senhor Decio de Almeida Prado às páginas relativas aos métodos sertanejos de caça. A ele e ainda aos Senhores Ernani e Edgar