Visão do paraíso

Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil

lado de Constantinopla e de Paris.(41) Nota do Autor Eminência conservada mesmo na primeira metade do Seiscentos, era de abatimento nacional, que os sucessos da Restauração não chegam a dissimular.(42) Nota do Autor O país vive, a bem dizer, do exterior e para o exterior.

Se aquela hipertrofia urbana de Lisboa ou a do Porto, com sua poderosa indústria marítima e sua ativa burguesia mercantil, é desconhecida no Brasil colonial onde o centro de gravidade se acha, ao contrário, no mundo agrário, mantém-se aqui, no entanto, e naturalmente em escala maior, a mesma espécie de extroversão econômica e social já existente no Reino, breve epítome em muitos aspetos dos mundos explorados pela sua gente. "Se vamos à essência de nossa formação", diz um historiador brasileiro, "veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes; depois algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Nada mais que isto. É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção a considerações que não fossem aquele comércio, que se organizarão a sociedade e a economia brasileira."(43) Nota do Autor

E esse mesmo objetivo pareceria apto a preservar indefinidamente a tendência para o povoamento sobretudo da faixa litorânea. Tendência que, além de Frei Vicente, frisaria o Alviano dos Diálogos das Grandezas, ao lamentar que a gente portuguesa fizesse tão curta a conquista, podendo-a fazer mais larga à maneira do castelhano, e chegava a admitir que merecessem seus compatriotas a fama de ruins colonizadores, pois, "em tanto tempo que habitam neste Brasil", diz, "não se alargaram para o sertão para haverem de povoar nele dez léguas contentando-se de, nas fraldas do mar, se ocuparem de fazer açúcares".(44) Nota do Autor Ou ainda

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