Tal decomposição resulta, na minha opinião, da ação das águas das chuvas violentas infiltrando-se através da rocha, carregando ácido carbônico, proveniente não só do ar como da vegetação em decomposição no solo, juntamente com ácidos orgânicos, nitrato de amônia, etc. Acredito que a notável decomposição das rochas no Brasil só se dá em regiões outrora, ou presentemente, cobertas de florestas. Heusser e Claraz sugeriram que essa ação é auxiliada pelo ácido nítrico. Escrevem: "Isso, sem dúvida, é determinado pela violência e frequência das chuvas tropicais, e pela ação dissolvente da água, que aumenta com a temperatura. Cumpre notar, outrossim, que essa água contém algum ácido nítrico, devido às tempestades que se sucedem regularmente durante muitos meses do ano"(14). Nota do Autor
O professor Agassiz tratou desse assunto bastante desenvolvidamente em sua obra Journey in Brazil, sendo da opinião que o amolecimento da rocha é devido à ação da água das chuvas torrenciais. Objetou-se a essa teoria que as pedras empregadas no Brasil em construções se conservam perfeitamente bem, apresentando muito poucas alterações com o passar dos séculos. Tal argumento, na minha opinião, é de muito pouco valor porquanto uma superfície lisa e nua, sobre a qual a água escorre rapidamente e que se conserva seca a maior parte do tempo, acha-se em situação muito diversa da do gnaisse recoberto por espesso revestimento de massa úmida de drift, constantemente embebido d'água.
O Brasil não é o único país em que as rochas são amolecidas a grande profundidade. O mesmo fenômeno tem sido observado nos Estados do Sul dos Estados