e, a não ser aos olhos de quem tem prática, é apenas reconhecível nos cortes recentes. Por baixo dessa argila, encontra-se, algumas vezes, como nos cortes da Tijuca, uma delgada camada de seixos quartzosos como a que vimos na Estrada de Ferro de Cantagalo, mas nem sempre isso se dá. A superfície do gnaisse em que repousa o drift é sempre acarneirada (motonnée), e notavelmente arredondada uniformemente embaixo; e o lençol de seixos quartzosos fica imediatamente sobre ela, acompanhando todas as suas curvas; mas o lençol de seixos pode estar ausente em grandes áreas, ou variar brusca e irregularmente em espessura. O gnaisse in-situ apresenta-se quase invariavelmente decomposto por baixo do drift numa profundidade que varia de algumas polegadas a uma centena de pés. O feldspato se transformou em argila, a mica se desfez de seu ferro, etc., mas os cristais alterados do gnaisse ainda ocupam a mesma posição uns em relação aos outros. Os planos de estratificação são bem marcados, e os veios de quartzo, embora fendidos, continuam nos seus lugares.
Essa extraordinária decomposição do gnaisse e de outras rochas do Brasil há muito vem atraindo a atenção dos cientistas, tendo-a descrito Darwin cuidadosamente em seu livro Geological Observations. Ele era da opinião que o fenômeno se havia dado sob as águas marinhas antes que os vales tivessem sido escavados(12). Nota do Autor Pissis também o descreveu; mas parece-me que ele superestimou a profundidade em que o amolecimento das rochas se processou, quando diz que, na região gnáissica entre São Fidélis e a Serra dos Órgãos, o gnaisse foi decomposto a uma profundidade, em alguns pontos, de 300 metros!!!(13). Nota do Autor