Singularidades da França Antártica

gravuras em madeira, notando Gaffarel que, a esse tempo, os trabalhos em taille douce não tinham ainda sido introduzidos nas oficinas de Paris. Thevet, aliás, vangloria-se de ter atraído à capital francesa os primeiros artistas gravadores: "J'ai attiré de Flandre les meilleurs graveurs, et, par la grace de Dieu, ie me puis vanter estre le premier que ai mis en vogue à Paris l'imprimerie em taille douce".

Que as Singularidades da França Antártica foram bem recebidas pelo público, são uma prova disso as suas sucessivas edições. Tal êxito, todavia, teve a duração do fogo de palha, pois o bondoso frade foi logo acusado de fantasiar as histórias que contava. Três séculos e meio depois, ainda era essa a reputação de Thevet, (1)Nota do Tradutor mesmo para alguns escritores do renome de Capistrano de Abreu, (2)Nota do Tradutor de Oliveira Lima (3)Nota do Tradutor e de Gilberto Freyre. (4)Nota do Tradutor

Compreendendo melhor a obra do autor das Singularidades, acha Gaffarel que Thevet, embora descrevendo fielmente tudo o que observou em pessoa, tem, não obstante, a tendência para o exagero. E, quanto aos fatos, de que não foi testemunha, ou nos quais não tomou parte, é que o frade cai em falta grave, devido à sua facilidade em aceitá-los sem o menor exame. Daí, as histórias para embalar meninos e os absurdos, de que se ressente sua obra.

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