do que eu poderia pretender, passo em silêncio as recepções, a Ópera, os teatros franceses ou portugueses e os bailes públicos ou particulares, que aqui como alhures tanto absorvem a atenção da sociedade elegante. Dos comerciantes europeus aqui estabelecidos, ingleses na maioria, poucos residem na cidade, tendo os mais residências de campo nos subúrbios. Um dos pontos favoritos de residência é o belo sítio, chamado Botafogo, a distância de duas milhas. Ali as casas se erguem em semicírculo em uma praia tranquila, quase toda cercada de altos montes. Pouco atrás das casas e quase sobranceira a elas, eleva-se uma montanha chamada Corcovado, a mais de dois mil pés acima do nível do mar, com dois terços da face oriental talhados à pique. Muitas outras residências de europeus estão situadas no Catete ou no Flamengo, entre Botafogo e a cidade, bem como no vale das Laranjeiras que se estende do Catete para as montanhas; ainda outras se encontram no lado oposto da cidade, no distrito de Engenho Velho.
Falta nos arredores do Rio uma coisa que não devia faltar em nenhuma grande cidade — estradas para passeios de carro. É este um ponto a que na Índia se dá particular atenção, onde quer que se localizem sequer uns poucos de europeus. No Rio os que desejam fazer um passeio de carro, pela manhã ou à tarde, só o podem realizar em estradas públicas que apenas se prestam a corridas por umas poucas milhas fora da cidade. Verdade é que existe, bem perto, o que se chama Passeio Público, grande jardim de ruas ensombradas, mas que só se destinam aos que andam a pé. À tarde, quando faz bom tempo, é bem frequentado pelos habitantes da cidade. O Jardim Botânico, situado cerca de oito milhas da cidade, é bastante frequentado.
Ao desembarcar, alojei-me em um hotel italiano em uma das ruas principais; mas, como não era lugar adequado aos meus objetivos, mudei-me, logo que tive comigo toda a bagagem, para a casa de pensão de uma velha senhora inglesa, residente no país havia uns trinta anos. Era