naturalistas que Chapman escolheria com a minha aprovação.
Os homens que Chapman recomendou foram os srs. George K. Cherrie e Leo Miller.
Aceitei-os com prazer. O primeiro teria de atender, sobretudo, à ornitologia e o segundo à mamalogia da expedição, mas ambos deveriam auxiliar-se mutuamente.
Seria impossível encontrar dois homens melhores para uma expedição dessa natureza. Eram ambos veteranos das florestas tropicais americanas. O jovem Miller, natural de Indiana, era um naturalista entusiasta, e com aptidão literária e científica. Achava-se, na ocasião, nas florestas da Guiana, e reuniu-se a nós em Barbados. Cherrie, mais idoso, natural de Iowa, era então fazendeiro em Vermont. Tinha esposa e seis filhos. A senhora Cherrie acompanhara-o por dois ou três anos, nos primeiros tempos de casados, em suas viagens de coleta pelo Orenoco. O segundo filho do casal nascera num acampamento duas centenas de milhas distante de homens e mulheres brancos; e uma noite, poucas semanas depois, foram obrigados a abandonar o local onde pretendiam pernoitar, porque a criança estava impertinente, e com seu choro atraiu uma onça que se pôs a rondar o acampamento, ao escurecer, cada vez mais próximo, até que o casal julgou mais seguro voltar para o rio e procurar outro lugar para dormir.
Cherrie passara cerca de 22 anos colhendo materiais nos trópicos americanos. Tal como a maioria dos naturalistas de campo que tenho conhecido, era ele um homem excepcionalmente destemido e eficiente; por vontade própria ou por força das circunstâncias vira-se obrigado a mudar de profissão várias vezes, chegando a tomar parte em revoluções. Por duas vezes esteve preso em consequência dessas atividades; passou três meses no