Através do sertão do Brasil

cárcere de certo país sul-americano, esperando a cada momento ser fuzilado. Em outro país, como interlúdio às suas ocupações ornitológicas, tomou o partido de um aventureiro político, levando dois anos e meio nessas atividades entrecortadas de imprevistos. O chefete revolucionário, a cuja sorte ele se ligou, subiu ao poder e Cherrie imortalizou-lhe o nome dando-o a uma nova espécie de tordo papa-formigas — detalhe delicioso, por associar duas atividades que normalmente não podem viver juntas: a ornitologia e as guerrilhas.

Em Antônio Fiala, que fora explorador ártico, encontramos um homem excelente para cuidar da organização do equipamento e do embarque. Além dos seus quatro anos de região ártica, Fiala servira na esquadrilha de Nova York em Porto Rico, durante a guerra com a Espanha, e nessa ocasião conheceu sua gentil esposa, que era de Tennessee. Ela veio com os quatro filhos do casal para as despedidas no cais. Meu secretário, o sr. Frank Harper, seguiu conosco. Jacob Sigg, que servira três anos no exército dos Estados Unidos, e que era ao mesmo tempo enfermeiro e cozinheiro, com inclinação natural para aventuras, ia como assistente pessoal do padre Zahm. No Sul do Brasil meu filho Kermitt reuniu-se a mim. Trabalhava na montagem de uma ponte e dois meses antes, quando estava numa enorme viga de aço suspensa por um derrik, este falseou e ele caiu com a ferragem sobre o leito de pedras. Escapou com duas costelas quebradas, dois dentes arrancados e um joelho em parte deslocado, mas virtualmente já estava restabelecido quando partiu conosco.

Em sua composição, a nossa expedição era tipicamente americana. Kermitt e eu éramos de velha cepa revolucionária, correndo em nossas veias um pouco de todas as espécies de sangue que existiam neste lado do

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