o lado oriental se alonga formando o planalto central do Brasil. Geograficamente esta região é de formação muito antiga, tendo emergido das águas antes da aurora da época dos répteis, ou, em verdade, antes de qualquer autêntico vertebrado terrestre ter aparecido sobre o globo. Esse platô é uma região em parte formada de campos abertos e saudáveis, embora secos e arenosos, e em parte de florestas. A grande baixada que é a bacia do Paraguai e que constitui o limite sul do grande planalto é vastíssima. E a bacia, ainda maior, do Amazonas, que constitui o limite norte do planalto central brasileiro, é a maior de todas as bacias fluviais do mundo.
Nessas bacias, especialmente na do Amazonas, e dali até em muitos lugares ao norte, até o mar das Caraíbas, existem as maiores arcas de florestas tropicais conhecidas. As florestas tropicais da África Ocidental e as da região mais remota da Índia são as únicas que lhes podem ser comparadas. Numerosas têm sido as dificuldades a enfrentar na exploração dessas florestas; sob a ação de chuvas torrenciais e do calor escaldante o emaranhado da vegetação torna-se quase impenetrável e os rios são de navegação muito difícil; os brancos sofrem ainda mais, em consequência da praga dos insetos e das doenças mortais que a ciência moderna descobriu serem devidas, em grande parte, a mordidas de insetos. A fauna e a flora, entretanto, são de grande interesse. O museu americano interessava-se especialmente por coleções provenientes do divisor das cabeceiras do Paraguai e do Amazonas, e dos afluentes meridionais destes. Nosso objetivo era subir o Paraguai até onde fosse navegável e daí atravessarmos para as nascentes de um dos afluentes do Amazonas; e, se possível, descer por esse afluente em canoas fabricadas in loco. O Paraguai é regularmente navegável até onde podem chegar as embarcações. O ponto de