partida para a expedição era Assunção, capital da República do Paraguai.
Meu plano exato de operações teria de ser, necessariamente, um tanto indefinido. Mas, chegando ao Rio de Janeiro, o ministro Lauro Müller, que com a maior gentileza manifestara grande interesse pessoal pela minha expedição, informou-me de que havia arranjado as cousas de modo que no alto Paraguai, na cidade mato-grossense de Cáceres, eu me encontrasse com um coronel do exército brasileiro quase índio pelo sangue.
O coronel Rondon tem sido durante um quarto de século o mais destemido explorador do hinterland brasileiro. Naquela ocasião estava em Manaus, mas seus subordinados se encontravam em Cáceres e foram avisados de nossa chegada.
Mais importante ainda foi o sr. Lauro Müller, que, além de um eminente homem público, é também um espírito dotado de grande cultura, possuindo traços que me faziam lembrar John Hay, se propôs a me auxiliar no sentido de dar à minha viagem muito maior alcance do que eu havia a princípio planejado. Tomado de vivo interesse na exploração e desenvolvimento do interior do Brasil, convenceu-se de que minha expedição podia ser utilizada para difundir no estrangeiro um conhecimento mais geral do país. Declarou-me que cooperaria comigo de todas as maneiras, se eu quisesse chefiar uma expedição que, entrando pela área inexplorada do oeste de Mato Grosso, tentasse descer um rio que corria para rumo desconhecido mas que exploradores bem informados acreditavam ser um rio caudaloso inteiramente desconhecido pelos geógrafos. Pressuroso e satisfeito, aceitei a proposta, pois senti que, com tal apoio, a expedição podia ter alto valor científico e trazer uma contribuição considerável ao conhecimento geográfico de uma das menos