tropical, está compreendida no gênero lachesis; são serpentes ativas, perversas e agressivas, desprovidas de chocalho e com veneno terrível. Algumas atingem grande tamanho, rivalizando com as maiores serpentes venenosas do mundo, como a cascavel-diamante da Flórida, uma das mambas africanas, e a hamadríada hindustânica, ou cobra comedora de serpentes. A ponta-de-lança, tão temida na Martinica, e a igualmente perigosa rainha da mata, da Guiana, estão incluídas neste gênero. Uma dúzia de espécies é conhecida no Brasil, sendo a maior idêntica à rainha-da-mata, da Guiana, e a mais comum, a jararaca, quase idêntica à ponta-de-lança.
As serpentes desse gênero, como as cascavéis, as víboras e as áspides do Velho Mundo, possuem compridos dentes que injetam veneno, dentes esses que ferem através das roupas ou qualquer outra indumentária humana, exceto o couro espesso. Além disso, são muito agressivas mais do que quaisquer outras serpentes do mundo, com exceção, talvez, de algumas cobras. Como, ainda por cima, são numerosas, constituem fonte de perigo realmente terrível para os homens escassamente vestidos que trabalham nos campos e matas, ou, que por qualquer motivo, ficam ao ar livre durante a noite.
O veneno das serpentes nocivas não é de tipo uniforme. Pelo contrário, as forças naturais — para usar um termo vago, mas que é tão exato quanto o permitem nossos conhecimentos atuais — que desenvolveram em tantas famílias diferentes de serpentes aquelas presas que inoculam a peçonha, atuaram de duas ou três maneiras totalmente diferentes. Ao contrário das víboras, as serpentes venenosas colubrinas têm dentes pequenos e seu veneno, embora geralmente seja ainda mais mortífero, produz efeitos inteiramente diferentes e deve sua letalidade a condições totalmente diversas. Mesmo dentro