com umas tantas faltas de conforto e com ligeiras inconveniências, têm oportunidades, na América do Sul, para gozarem e para transmitirem aos outros os proveitos de excursões dessa categoria. Nos assuntos sociais, econômicos e políticos, os estudos e observações destes turistas são indispensáveis para acrescer e muitas vezes corrigir os que fazem os viajantes da primeira categoria, pois não é seguro fazer generalizações apressadas sobre uma região com base apenas numa visita a sua capital ou a seu principal porto de mar. Os viajantes desta segunda categoria nos podem fornecer informes muito valiosos e cheios de interesse, a respeito de pequenas cidades originais e atrasadas, sobre os habitantes de arcas remotas, acolhedores ou esquivos, mostrando uma mistura de costumes selvagens e costumes de campônios de antanho; ou também sobre velhos caminhos de travessia que em desconforto nada ficam a dever aos da Europa na Idade Média. Os excursionistas que sobem e descem os rios frequentados de cem a 400 anos, tais como o Paraguai, o Paraná, o Amazonas, o Tapajós, o Madeira e o baixo Orenoco entram nessa categoria. Pouco lhes é dado acrescentar aos nossos conhecimentos geográficos; mas se forem bons zoólogos e competentes em arqueologia, especialmente se viverem ou permanecerem por longo tempo numa localidade, seus trabalhos podem ser de inestimável valor sob o ponto de vista científico. As revelações dos arqueólogos sobre as minas imemoriais das florestas das baixadas e dos altiplanos andinos pertencem a essa categoria. O que fez Agassiz sobre os peixes do Amazonas e Hudson realizou com relação às aves da Argentina constituem outros exemplos das tarefas que assim podem ser levadas a termo.
Os trabalhos de Burton sobre o interior brasileiro constituem um excelente exemplo do valor de uma estada