ou redundante, às vezes servindo para tornar obscuro o pensamento. Ele fala em "complexo Antilhano", quando quer se referir às Antilhas; e em "complexo orgânico", em lugar dos caraterísticos ou carateres físicos de um animal ou de uma espécie; e em "complexo mesológico" quando nada mais quer indicar do que o meio ambiente. Em resumo, o sr. Haseman e os modelos que imita no caso presente empregam a expressão "complexo" exatamente com o mesmo sentido espiritual com que aquela célebre velha encontrava conforto religioso — em vez de científico — no emprego da "sagrada palavra Mesopotâmia".
O motivo pelo qual convém lavrar este protesto contra o estilo do sr. Haseman é justamente ser de tão real e notável valia o seu trabalho. O opúsculo sobre a distribuição das espécies sul-americanas mostra que ele associa à sua excepcional aptidão de naturalista de campo um raro poder de deduzir dos resultados por ele conseguidos e dos estudos por outros realizados, as conclusões gerais necessárias, com tanta cautela quanto originalidade; e nada é mais imperativo no atual momento, entre nossos cientistas, do que o aparecimento de um grupo de homens que, além de serem hábeis observadores de detalhes, colecionadores de espécimes e cautelosos no generalizar, não permitam que suas faculdades de generalização prudente sejam atrofiadas por uma excessiva dedicação às minorias labirínticas.
Haseman sustenta com forte argumentação a hipótese de que, desde o aparecimento de todas as formas da vida sobre a terra — com exceção das manifestações vitais inferiores — existiram sempre três grandes massas moles continentais, sólidas às vezes e outras vezes fragmentadas que se estendiam do Hemisfério Norte em direção ao Sul. Essas massas estiveram de quando em quando ligadas ao Norte, porém jamais o foram nas regiões