muito irritada, por duas ou três vezes procurou picar-me. Com a sua atividade, essa serpente é quase tão agressiva quanto as mais irritáveis das cobras venenosas. Ainda assim, é inteiramente inócua. Um dos numerosos mistérios da natureza que ainda são atualmente insolúveis é o fato de algumas serpentes serem agressivas e outras tão plácidas e mansas.

Depois de retirar a serpente brava e inócua, o doutor recomendou que nos afastássemos da mesa e seu assistente depôs sobre ela, sucessivamente, uma lachesis muito grande, do gênero das rainhas-da-mata, chamada coatiara, e uma grande cascavel. Cada uma delas se enrodilhou, formidável e ameaçadora, pronta a atacar a quem se aproximasse. Então o auxiliar baixou destramente o gancho de aço sobre o pescoço de uma, e depois sobre o da outra — agarrou-as exatamente por trás do pescoço — e levou-as para o dr. Vital Brasil. As bocas de ambas foram escancaradas e as suas grandes presas ficaram erectas e bem visíveis.

Não seria possível manter nessa posição uma cobra pescoço de anel africana, porque ela esguicharia o veneno através das presas nos olhos das pessoas presentes.

Naquele caso, porém, não havia tal perigo, e o doutor introduziu uma proveta rasa na boca da cobra, atrás das presas, deixou-a expelir o veneno e ele mesmo espremeu o resto contido nas bolsas de veneno, através das presas. Da grande lachesis saiu grande quantidade de veneno amarelo, líquido, que rapidamente se tornou em numerosos e pequeníssimos cristais. A cascavel forneceu muito menor quantidade de um veneno branco, que o dr. Vital Brasil afirmou ser muito mais ativo do que o veneno amarelo da lachesis. As serpentes foram em seguida devolvidas às suas caixas, sem serem mais molestadas. Em seguida o doutor trouxe uma caixa e mostrou uma elegante