Quando alguma donzela (cunhãtãí) era suspeita de ter perdido a virgindade, seus pais levavam-na ao lago, e aí deixando-a a sós em uma ilhota, com os presentes destinados à serpente, retiravam-se para a margem fronteira e começavam a cantar:
Arara, arara mboia,
Cuçucui meiú.
Quer dizer: arara, oh, cobra arara! Eis aqui está o teu sustento.
A serpente começava a boiar e a cantar até avistar a moça, e, ou recebia os presentes se a moça estava efetivamente virgem, e nesse caso percorria o lago, cantando suavemente, o que fazia adormecer os peixes, e dava lugar a que os viajantes fizessem provisão para a viagem; ou, no caso contrário, devorava a moça, dando roncos medonhos.
Aqui, como nas outras lendas, há um fundo moral. O fim da lenda era provavelmente proteger a inocência, influindo salutarmente no espírito das donzelas índias, pelo terror que lhes devia inspirar a perspectiva de poderem ser devoradas pela serpente, desde que perdessem a virgindade.