Luiz Guimarães Junior no seu perfil biográfico de Carlos Gomes (Rio, 1870) assim narra este episódio da vida do artista:
"Chegando à cidade, consultou os novos amigos e camaradas, dirigindo-se em seguida à casa do seu bom protetor o Snr. Conselheiro Albino José Barbosa d'Oliveira, cavaleiro distinto e duma amabilidade rara, que disse pouco mais ou menos o seguinte ao jovem maestro: - Convém em primeiro lugar, meu amiguinho, que o senhor seja apresentado ao diretor do Conservatório, admitido às lições dos mestres, e depois, sim, poderá pedir a proteção do monarca, que a sabe dar a quem a merece com justiça!
Assim foi. O mesmo Snr. Conselheiro Barbosa de Oliveira apresentou a Francisco Manuel o futuro autor da Joana de Flandres, recomendando-o especialíssimamente".
A seguinte carta é a confirmação destes mesmos fatos pelo próprio artista:
"Sr. Desembargador:
Campinas, 25 de abril de 1860.
Antes de partir de lá no dia 21 do mês p.p. procurei V. Ex. para receber suas ordens, muito sentido fiquei não encontrá-lo pois julgo que estava em Petrópolis. Faço esta tão somente para saber de sua saúde e também da Exma. Sra. D. Isabel e toda ilustre família, pois eu logo que aqui cheguei e comecei a gozar este belo, e incomparável clima deixei de sofrer incômodos que lá muito sofri no tempo do calor. Tenho também de participar a V. Ex. que de lá saí com licença por dois meses da Academia, e este tempo vence-se pelo Espírito Santo justamente o tempo em que meu pai quer que eu fique por ter de executar algumas composições minhas. Rogo então a V. Ex. participar ao Sr. Dionizio Vega como secretário, e ao Sr. Francisco Manuel como Diretor para que não contem essa diferença de poucos dias como falta minha, que julgo me resultará grande