Memórias de um magistrado do império

da pressa com que o Cons.° Albino as terminou, preocupado com a diminuição gradual de sua vista. De suas longas e noticiosas cartas, porém, extraímos a narração de vários acontecimentos de grande interesse para a sua biografia.

As cartas de julho (78) narram a reunião, na corte, de um Congresso Agrícola, convocado pelo Presidente do Conselho Cons.° João Lins Vieira Cansansão de Sinimbú (Visconde de Sinimbú) que, reunido evidentemente com o fim político de obter para o governo a simpatia da lavoura, terminou com a simples convicção um pouco vaga, por parte dos fazendeiros, de que o problema do elemento servil seria resolvido com prudência.

Já a campanha abolicionista assumia vulto notável e preocupava os fazendeiros. É interessante notar como o "Club da Lavoura" de Campinas, órgão de classe, tem à sua frente a mocidade republicana.

A correspondência revela a tensão de espírito dos proprietários em face da marcha do abolicionismo. Há um tópico, porém, na carta de 12 de novembro de 1878, bem característico dos sentimentos de profunda caridade que presidiam as relações entre senhor e escravos no Rio das Pedras:

"Saberás que comprei dez escravos e uma preta e nenhum deles é criança; nove são moços e robustos, um é velho, porém tive pena de separá-los de outro de quem eu era amigo. Coitados! Parece muito bom preto, não tem o mínimo sinal de castigo nem de doença."

Eis algumas referências ao congresso:

7-VII-1878

"Amanhã temos o grande congresso agrícola, convocado pelo Sinimbú, que reunirá, decerto, numeroso concurso de lavradores. O Clube de Campinas nomeou seis representantes a saber, a mim, os Barões do Indaiatuba(7) Nota do Leitor e de Atibaia(8) Nota do Leitore os Drs.

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