Memórias de um magistrado do império

pôde facilmente dar à luz: o menino nasceu morto em 1857, e ela ficou tão estragada, que faleceu alguns dias depois, tendo sofrido muito, em 24 de junho de 1857. Meu tio Adriano, que fora sempre tão meu amigo desde o dia 22 de agosto de 1825, em que me fora esperar a Pombal, tornou-se-me muito diferente, desde que tencionou casar com minha irmã. Ela também mudou muito. Não poucos desgostos tive. A morte acabou com tudo isso, e breve acabará comigo. V. sabe de todas essas cousas, e por isso não continuo.

Direi alguma cousa da família de meu avô, que mais de perto nos interessa. Já disse, que ele, além de meu pai, teve duas filhas. A mais moça, D. Gertrudes, madrinha de Gertrudinha, nunca teve filhos.

A mais velha, D. Maria Felícia, teve quatro filhos: primeiro o Dr. João Carneiro da Silva Rego, que tinha o nome de seu pai: era nascido a 25 de maio de 1809, e portanto 36 dias mais velho que eu: era muito travesso: foi meu condiscípulo em Retórica, sob o Cons°. José Ribeiro Soares da Rocha, e Geometria sob o Padre José Cardoso Pereira de Melo. Formou-se em Direito em Olinda, onde casou-se com D. Irene. Entrou na Sabinada em 1837, sendo o pai Presidente da República e ele Ministro da Justiça. Seguiram-se a guerra civil, a vitória da Legalidade, os processos, e ele e o pai foram condenados à morte, e depois perdoados, indo relegados para S. Paulo.(31) Nota do Leitor Dele é filha essa menina Libânia, hoje velha, que protejo, e que desejo nunca seja abandonada. Teve mais um filho, do mesmo nome que está hoje em Pernambuco, oficial da Secretaria da Presidência, teve mais três ou quatro filhas que estão

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