exploradores resolveram considerar o Tunguragua, ou Alto Marañon, como a sua principal origem. Esse rio nasce num lago — Lauricocha — situado quase nas regiões das neves eternas. Quase todos os ramos do Amazonas são navegáveis em grande extensão, desde a sua junção com o rio principal e, recolhendo todas as águas, perfazem uma extensão de comunicações fluviais não rivalizada em qualquer outra parte do globo. Há um total de dez mil milhas de navegação a vapor abaixo de suas quedas e, uma vez transpostos esses obstáculos, os vapores podem percorrer cerca de quatro mil milhas. O mais navegável de todos os afluentes é o Rio Purus.
O volume de água doce, constantemente renovado por chuvas copiosas, jorra com tal ímpeto que a força d'água, numa só corrente, avança pelo oceano adentro numa distância de 80 léguas. Enquanto o principal ramo do Rio Ganges tem uma descarga de 80 mil pés cúbicos d'água por segundo, e o grande rio Brahnapootra 176.200 metros cúbicos em cada sexta parte de um minuto, o Amazonas envia, através do estreito de Obidos, 550 mil metros cúbicos por segundo. (Von Martius).
O "Rei das Águas" é notável pela larga expansão territorial dos seus tributários. Na margem norte, o primeiro a contar do oeste, abaixo dos rápidos de Manseriche, é o Marona; seguem-se-lhe o Pastaça, o Tigre, o Napo, o Içá, o Japurá, o Negro e muitos outros de menor importância.
Da parte sul ele recebe, de oeste para leste: os rios Ualaga, Ucaiali, Javari ou Iavari, Huta, Hiuruai, Tefé, Cuari, Purus, Madeira, Tapajós, Xingu e Tocantins. A maioria desses afluentes desemboca suas águas no Amazonas por mais de uma boca, que frequentemente tem grande largura. Assim, as duas mais distantes das quatro bocas do Japurá têm mais de 300 milhas de extremo a extremo, e as embocaduras externas do Purus têm, cada qual, cem milhas. Na porção superior do seu curso, o Amazonas