O Brasil e os brasileiros: esboço histórico e descritivo v.2

torna a navegação a vapor mais difícil do que em qualquer outro ponto da parte inferior do rio, pois o rio torna-se mais raso, devido ao aumento de largura; acima desta baía, porém, não há obstáculos.

Há vários cursos adjacentes ao Rio Negro, onde se pode pescar grande quantidade de peixes, salgados e secos para o mercado. Existem aí muitas localidades esplêndidas para instalar mercados no Rio Negro, acima de Barra.

O "Solimões" foi destinado a navegar no rio Tapajós; o "Cametá" era um paquete regular do rio Tocantins, entre a cidade do Pará e Cametá, fazendo viagens mensais.

Todos esses vapores fizeram tudo o que podiam e os que se destinavam a Barra, mais ainda; daí, a necessidade de viagens semanais.

Esses vapores excedem de muito as antigas canoas fluviais, de popa e proa quadradas, pois, logo que o viajante faz uma viagem em navio, começa a dar algum valor ao tempo e esquece a sua antiga maneira de gastar três meses numa viagem de três ou quatro dias. O capitão Pimenta Bueno, (filho do ilustre senador) que é o agente superitendente, enérgico e cavalheiresco, disse-me que, com os bônus do governo e os negócios do comércio, os vapores davam perfeitamente lucro. Todos são bons barcos, na maioria construídos de ferro, que é decididamente o melhor material a empregar, por causa dos vermes, que são muito destruidores no Rio Amazonas.

Cada cidade, na margem dos rios, fornece lenha em proporção determinada; os negócios da navegação estão constantemente aumentando e os habitantes industriosos de algumas das povoações podem colher seringas, castanhas do Pará, salsaparilha, cacau etc.., e mandá-las para o Pará pelo vapor, recebendo na viagem de volta o dinheiro. Este progresso está criando novas necessidades e, naturalmente, fazendo os habitantes riberinhos exercitarem-se em atividades a fim de suprir os pedidos recentemente aumentados.

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