Subi o Ualaga, o Ucaiali, o Pastasa, o Madeira e o rio Negro, um pouco acima da Barra. O Ualaga, como disse acima, é navegável por vapores durante todo o ano, por navios de dez pés de calado, nas alturas do Pongo do Sal, sem o menor obstáculo e, até Chazuta, com os cuidadados comuns, e por canoas desde Tinga Maria, somente a 300 milhas de Lima, até a foz; porém a subida em canoa é muito difícil.
A região é excelente, muito saudável e fértil, com numerosas povoações, ao longo de todas as margens.
O Pastansa é um afluente pequeno e navegável para vapores, várias centenas de milhas na maior parte do ano; mas há numerosas tribos de índios hostis na sua parte baixa. A terra é da mais excelente espécie, e "casca peruana" da melhor qualidade é encontrada nesse curso d'água. Acontece muitas vezes que certa quantidade de ouro é trazida pelos índios amigos, que habitam próximo às nascentes do rio. Tive em minhas mãos belos exemplares desse ouro. O Ucaiali pode ser subido por um navio de pequeno calado até quase 600 milhas, em certos meses do ano e, até Saraicu, o ano inteiro. O rio Madeira é também um belo rio; é navegável por toda espécie de vapores fluviais, até às cachoeiras, mas em tempo algum pode um vapor subir os seus rápidos. Contudo, acima de 12 desses rápidos, há água suficiente para várias centenas de milhas, que podem ser navegadas por um pequeno vapor durante o ano todo.
As cartas do tenente Maury
Em 1853, uma tradução de cartas do tenente Maury foi publicada no "Correio Mercantil", que é um jornal de grande circulação no Rio de Janeiro. Bem me lembro da comoção que as suas opiniões sobre o Amazonas produziram na capital, juntamente com a notícia de que uma expedição