O Brasil e os brasileiros: esboço histórico e descritivo v.2

Várias coisas são de urgente importância para o bem-estar presente e futuro do Brasil.

Primeiro: legislação imediata para por um paradeiro, através de judiciosas medidas, à escravidão no Império. As dificuldades se bem que grandes, não são como as do Estados Unidos, onde dominam desarrozoáveis preconceitos contra a cor e onde antes da recente rebelião, milhões de pessoas apelavam para o direito divino para perpetuar a execranda instituição. Os brasileiros sempre tiveram uma mais alta teoria moral sobre os direitos dos negros do que os norte-americanos. O aspecto econômico da questão não se discute. As melhores avaliações mostram que o total dos escravos decresceu, de 1851 a 1861, de mais de um milhões; e as estatíisticas publicadas nos "Relatórios" dos Ministérios da Fazenda e de Obras Públicas, Agricultura e Comércio, demonstram que, ao findar-se aquele decênio, a grande produção tropical de café, açúcar, algodão, fumo, etc., aumentaram mais de trinta por cento. A seriedade com que os seus estadistas vêm tratando do assunto, os sentimentos antiescravagistas francamente manifestados e sobejamente conhecidos do Imperador, são tão imperiosos que não serão inúteis os apelos feitos ao Brasil por um homem sereno e sincero como Laboulaye (v. "Journal de Débats", julho de 1865) e Cochim, de Paris, e pelos dedicados amigos da liberdade na Inglaterra e nos Estados Unidos. Sinceramente desejamos que o Brasil não seja a última nação a conservar homens escravos, e que, numa generosa competição, possa preceder a Espanha em varrer do seu escudo nacional semelhante mancha.

Segundo: legislação adequada para imediatamente resolver as questões religiosas. Em janeiro de 1866, as mais elegantes e fortes palavras foram dirigidas numa reunião pública, visando os mesmos propósitos, pelo Dr. Furquim de Almeida, cuja largura de vistas e práticas nas coisas da economia política, emprestam-lhe algo de que distingue o orador inglês Cobden e esse norte-americano amigo do Brasil, A. A.

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