nas esfarpas da Serra Partida. É esta a mais baixa das camadas de carvão expostas em qualquer outra parte das jazidas de carvão de Candiota; provavelmente, porém, outras camadas serão encontradas mais próximo do centro da bacia, ou então esta, assim como as camadas deitadas, podem tornar-se mais espessas, a julgar pelo fato de que todas as camadas se mostram espessando-se à medida que se aproximam da parte média do vale do rio Jaguarão. A grande espessura (25 pés) e o caráter bom e homogêneo do filão são importantes requisitos dessa jazida carbonífera. O mineral (embora colhido próximo da face decomposta da margem alcantilada do rio Candiota), segundo se pôde verificar, deixa menos cinzas do que o proveniente do filão que está em cima. Foi empregado frequentemente em vapores com o mesmo bom resultado do carvão de Newcastle. O coque obtido desse carvão pelo sr. W. G. Ginty, da Companhia de Gás do Rio de Janeiro, (veja-se o relatório do sr. Ginty) foi mesmo de melhor qualidade que o obtido do carvão de Newcastle. Recobre uma camada (n° 11) de folhelho ferruginoso que, do ponto de vista científico, é o mais importante depósito das formações carboníferas do Jaguarão, pelo fato de conter impressões de restos orgânicos, pelos quais se pode determinar a idade geológica dessas camadas carboníferas; as plantas fósseis que foram encontradas nesse folhelho pertencem todas elas ao mesmo gênero das que caracterizam as jazidas carboníferas da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, sendo que as mais abundantes pertencem ao gêneros Lepidodendron e Glossopteris; outros foram reconhecidos como semelhantes aos fetos encontrados nas rochas secundárias mais antigas, fato esse que não deixa a menor dúvida sobre o verdadeiro caráter carbonífero das coal-measures do rio Candiota. Esse filão é muito abundante em fósseis; e não resta a menor dúvida de que, quando essas imensas camadas de tesouros minerais forem exploradas, muitas formas novas e interessantes da vida vegetal serão trazidas à luz para enriquecerem os nossos conhecimentos acerca das formações carboníferas do hemisfério meridional. O folhelho ferruginoso é muito rico em metal, e poderá, sem dúvida: vir a ser explorado com minério de ferro, quando as minas forem abertas. Por baixo dessa camada ocorre outra (n° 12) de arenito, semelhando em todos os aspectos à camada superior, e depois dela vem outra (n° 13) de calcário muito bem cristalizado, contendo pequenos fragmentos de grafito disseminados através da sua massa; é também atravessado por veios de um carbonato de cálcio muito puro sob a forma de espato birrefringente, que atinge em alguns pontos considerável espessura. Esse calcário não é somente de imenso valor para ser utilizado como cal calcinada, mas também como solvente do