em seus movimentos, lembra-nos a cada passo o macaco. O fato é que, livre na África ou escravo no Novo Mundo, o negro é sempre preguiçoso, dissoluto, ladrão e mentiroso. A extrema facilidade com que se submete a escravidão prova nele a ausência de um dos mais nobres atributos da alma humana. Forçado ao cativeiro, o negro engorda, ao passo que o índio da América se deixa morrer.
Para o naturalista, o estudo fisiológico do crânio prova o fato que a seguir descrevo e é confirmado pela observação de todos os dias. Nos primeiros anos da existência o negro apresenta um desenvolvimento intelectual mais ou menos equivalente a uma criança de raça branca: mas aos doze anos, há no primeiro um retardamento na marcha do progresso, enquanto na última se observa um desenvolvimento contínuo. Essa atividade de crescimento nos primeiros dias da existência é, de resto, peculiar às raças inferiores. Não se conclua porém que aprovo a escravização dos africanos, pelo fato de considerar a sua raça moralmente inferior ao tipo branco; sei compadecer-me dos seus infortúnios tanto como qualquer outro, e talvez tenha até contribuído para a sua libertação em nossas colônias, por considerá-los mineiros que devemos proteger e não oprimir.
Pouco importantes foram as coleções feitas nesse dia; a constante umidade do navio não nos permitiu conservá-las. A vegetação, embora pouco ativa naquela quadra do ano, despertava-nos grande interesse. Entre as plantas mais notáveis que nos foi dado observar, encontram-se duas ou três espécies de palmeiras, uma das quais produz frutos do tamanho do punho e tem no país o nome de coco-yolof; uma belíssima espécie de Calotropis, de flores cor-de-rosa claro, e manchadas internamente de púrpura. Esta árvore é cultivada nos cercados das habitações, sendo conhecida vulgarmente pelo nome de faphton; atinge às vezes cinco a seis metros, não obstante ter de ordinário menor altura. Colecionamos