O naturalista no rio Amazonas - T1

no Yang-tze-Kiang, que é o maior rio do Velho Mundo, pois a profundidade da água na estação seca é de sete braças até esse ponto terminal da navegação. Não é, contudo, a extensão do rio principal que trouxe para o Amazonas a designação de "Mediterrâneo da América do Sul", que lhe foi dada pelos brasileiros do Pará, mas a rede de canais e lagos que acompanham o seu curso a uma certa distância de suas margens e que acrescenta muitos milhares de milhas de fácil navegação interna ao total apresentado pelo rio principal e seus tributários.

Os peruanos, particularmente, se posso julgar pelas cartas que recebi nestas últimas semanas, parecem estar entusiasmados para aproveitar as vantagens que põe ao seu alcance a posse do curso superior do rio. Barcos de grande tonelagem chegaram ao Pará, vindos da Inglaterra, trazendo materiais para a construção de estaleiros em um ponto situado duas mil milhas acima da foz. Barcos peruanos a vapor navegaram dos Andes ao Atlântico, e muito algodão (agora exportado pela primeira vez), produto da região salubre e rica, ribeirinha do Alto Amazonas, foi assim transportado e embarcado do Pará para a Europa.

A probabilidade de que seja despertada na Inglaterra dentro de pouco tempo, uma curiosidade geral por esta região até agora desprezada, parece-me, por si só, uma razão suficiente para pôr nas mãos de todos os leitores uma narração dos lineamentos naturais e da condição atual da mesma.

Londres, janeiro, 1864.

[link=42265]Ilustração: mapa da viagem de Bates[link]
[link=42266]Ilustração: mapa da viagem de Bates[link]

O naturalista no rio Amazonas - T1 - Página 46 - Thumb Visualização
Formato
Texto