O naturalista no rio Amazonas - T1

PREFÁCIO

Este livro é dos que devem ser lidos e meditados por todos os brasileiros. Não há em toda a bibliografia estrangeira a respeito do Brasil nada mais interessante, nada mais simpático, nada mais compreensivo de nossa gente e nossas coisas. E foi escrito por quem passara em afastados lugarejos quase dez anos de sua mocidade, olhando-nos sem azedume, comparando nossos defeitos com os de sua terra para desculpar-nos, alegrando-se com o nosso progresso, guardando sempre no coração a saudade dessa região de eterno verão.

Tem a Amazônia e sobretudo o Pará, uma dívida imensa para com a memória de Henry Walter Bates: a de colocar a sua estátua nessa estrada das mungubeiras que ele tanto amou, para mostrar a todos o homem que amou e fez conhecida essa imensa região banhada pelo sistema do rio-mar; a estátua desse que, diz a Enciclopédia Britânica, com todo o peso de sua autoridade, "escreveu um dos mais deliciosos livros de viagem, escritos em língua inglesa", e de quem escreveu Carlos Darwin a Carlos Lyell: "Só Humboldt pode comparar-se com Bates na descrição de uma floresta tropical".

Nasceu Henry Walter Bates em Leicester no dia 8 de fevereiro de 1825. O pai era fabricante de móveis de vime e queria que o filho se destinasse ao comércio, tendo-o portanto a seu lado, mas de vez em quando Bates dava uma escapada e ia percorrer os campos circunvizinhos,

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