Pluto Brasiliensis; memórias sobre as riquezas do Brasil em ouro, diamantes e outros minerais v. 2

caminhar cinquenta passos, sem topar com uma galeria ou um poço, aberto no morro através da capa de tapanhoacanga. Centenas de catas foram abertas junto ou sobre os poderosos vieiros de quartzo aurífero que, nesse lugar, atravessou o itacolomito em várias direções.

Neste lado da serra, observam-se, sobretudo onde o itacolomito se apresenta em belas lâminas flexíveis, empregadas como material de construção, as interessantes transições do itacolomito em talcoxisto e cloritaxisto(240). Nota do Tradutor

As nuances desses tipos de transição vão desde o pardo-aljôfar até o preto, do vermelho escuro e verde acinzentado até o verde de alho do cloritaxisto.

No fundo do vale de Antônio Dias encontra-se então o talcoxisto em poderosas camadas, que se levantam em colinas, para desaparecerem em seguida sob o xisto argiloso aflorante na margem oposta do ribeirão de Ouro Preto.

Na encosta da serra, entre blocos estilhaçados, se avistam as pobres cafuas esparsas dos faiscadores, ou de negros forros, assentadas no terreno profundamente esburacado.

O número desses negros forros, que arrastam uma vida miserável em virtude de maus processos de apuração, atingia, em 1815, a mais de duzentos e oitenta só nas duas freguesias de Vila Rica. É digna de admiração a paciência com que realizam o seu trabalho, munidos tão somente de uma bateia quebrada e de um almocafre inutilizado, tendo como recompensa o suficiente para não morrer de fome.

São ainda mais dignos de dó os negros que permanecem dentro da água fria dos ribeiros até a cintura, enquanto o tronco e a cabeça suportam os ardores de um sol abrasador. Em 1815, os que trabalhavam nessas condições atingiam a vinte, na região.

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