Pluto Brasiliensis; memórias sobre as riquezas do Brasil em ouro, diamantes e outros minerais v. 2

as suas pontas mais elevadas, através de um rego, que tem início em Vila Rica.

A construção desse rego exigiu enormes despesas, porque, no lugar chamado Taquaral, foi preciso conduzir a água por sobre o vale profundo, mediante bicames de madeira, a oitenta palmos de altura. Expostos às intempéries, esses bicames eram, às vezes, derrubados pelas ventanias.

As rochas do Morro de Santo Antônio são idênticas às de Vila Rica. Aqui, porém, o itacolomito se apresenta em camadas friáveis pouco consideráveis. Desmoronam-se facilmente e são lavadas juntamente com a jacutinga. Subjacente, encontra-se a camada negra de carvoeira, mais espessa, que deve ser posta a secar antes de levada ao engenho.

O ouro é por vezes tão abundante nessas carvoeiras, que é perfeitamente visível na massa negra(242). Nota do Autor

As camadas das rochas mergulham consideravelmente, formando um ângulo de quarenta e cinco a cinquenta e cinco graus com o ribeirão de Ouro Preto, que aqui toma a denominação de ribeirão da Passagem. Ele forma, depois da ponte que o atravessa, uma importante queda, comprimindo-se entre paredões abruptos, que atingem cem palmos de altura. Estes paredões, que se compõem de camadas que se estendem do Morro de Santo Antônio e constituem aqui o substratum geológico, foram completamente desnudados, em consequência das lavagens das camadas sobrejacentes, em toda a extensão que vai da margem esquerda do Ribeirão até a lavra do Padre Bento. À luz do sol, eles apresentam um brilho intenso, devido à mica que contêm.

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