Rio de Janeiro, 1º de junho, 1824.

Acabo de assistir a uma cena verdadeiramente horripilante: a execução de um criminoso. Vinham circulando há tempos falsas notas de banco, conseguindo afinal as autoridades prender os responsáveis, que eram cinco portugueses. Foram todos condenados à morte; contudo, o Imperador comutou-lhes a pena, mas o Banco interpôs-se incorporado, fazendo ver que não haveria mais segurança no futuro se este caso não servisse de exemplo, de modo que D. Pedro manteve-a unicamente para o chefe do bando e sentenciou os demais a trabalhos forçados nas Minas.

A execução teve lugar no Morro da Conceição, onde foi levantada uma forca. Cheguei lá justo no momento em que aquele já estava sobre o catafalco, as mãos atadas, o rosto escondido por amplo capuz que o tornava invisível; um padre à frente fazia sua exortação e dois negros desempenhavam as funções de carrascos. Tinham-lhe amarrado a corda ao pescoço, mas