O Rio de Janeiro e seus arredores em 1824

APRESENTAÇÃO

Descendente de antigos cavaleiros teutônicos ou, mais provável, de agentes da Liga Hanseática, o "turista" Ernst Ebel, de Riga, não esconde sua dupla nacionalidade: a alemã, língua em que escreve e comunidade na qual se integra enquanto no Rio, e a báltica (nessa altura estava a Letônia englobada na Rússia, como hoje, de novo, na União Soviética) já que sempre estabelece em função do rublo as paridades monetárias, russas são as medidas de peso e distância que emprega, e advoga uma maior aproximação comercial entre o Brasil e o grande império dos Tsares.

Tendo conhecido o Rio de começos de 1824, seu livrinho — uma compilação de cartas escritas a um amigo — permaneceu, pela sua raridade, uma peça, por assim dizer desconhecida da nossa bibliografia exótica, conquanto seja dos mais interessantes depoimentos que possuímos sobre a cidade e o país que acabava de conquistar sua independência — verdadeira reportagem — em que a pessoa do jovem soberano é olhada com simpatia e admiração. Na verdade, Ebel fez de D. Pedro I o mais lisonjeiro dos retratos — príncipe quase perfeito — juízo no qual, de resto, corroboram todos os estrangeiros contemporâneos,

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