O capitão Sir Richard Francis Burton nasceu em Barham House, Hertfordshire, a 19 de março de 1821. Era de temperamento difícil e comprazia-se com os conflitos que tinha com os colegas. Passou a infância principalmente na França e na Itália, cujos idiomas aprendeu facilmente. Dedicou-se também, desde a mais tenra idade, ao estudo de idiomas clássicos: o grego e o latim. Estudou também o árabe, cujas minúcias conhecia com perfeição.
Incorporando-se ao exército, seguiu para a Índia, onde estudou não somente as línguas nativas, mas as crenças religiosas. Aproveitou todas as oportunidades de viajar e conhecer as terras e os costumes, produzindo diversas obras, que se caracterizam pela compreensão da psicologia oriental. Seu maior feito foi penetrar em Meca, rigorosamente disfarçado em autêntico árabe, cuja língua e ritos religiosos seguiu à risca.
Em segunda estada na Índia, empreendeu com o tenente Speke e outros colegas uma expedição à Somália, penetrando pelo continente africano até Harrar, onde jamais pisara um europeu, atravessando nações selvagens e violentas, entre as quais correu graves perigos e guardou para sempre cicatrizes das lutas.
Após participar da guerra da Criméia, conseguiu da Sociedade de Geografia de Londres a aprovação de um plano para a exploração dos lagos da África Equatorial. Explorou o lago Tanganica pela primeira vez.
Casado com Isabel Arundel, ardente católica, pela qual se apaixonou à primeira vista, em 1861 ingressou na carreira consular. Sua passagem por Santos abriu-lhe a possibilidade de excursionar pela América do Sul.
Escreveu mais de oitenta obras, inclusive poemas. Em 1886, recebeu as honras de cavaleiro.
Faleceu em Trieste a 20 de outubro de 1890. Além dos livros sobre o Brasil, seus livros mais famosos são: Peregrinação a Meca (1855-6), Primeiros passos na África Oriental, A região dos lagos da África Central (1860).
Foi biografado várias vezes, mas os livros clássicos sobre sua atribulada existência são: The life of capt. Sir Richard F. Burton, por Lady Burton, e The real Sir Richard Burton, por Walter Phelps Dodge (1907).
A.J.L.
