Ensaios de geografia linguística

De la Roncière, citando a Jal e a Riant (6)Nota do Autor, nos diz do luxo insolente, fruto de saques a navios, vilas e mosteiros, existente nas embarcações corsárias vikingas; e, descrevendo os drakars reais, no-los dá com o costado faiscante de cores vivas; a vela de seda púrpura, — ornada também de pinturas representando combates ou cenas históricas. Outros autores (7)Nota do Autor, no-las descrevem com o massame de couro trançado e tinto de vermelho e, no galope do mastro, pequenos delfins de âmbar ou de ouro, pássaros ou cataventos dourados...

A popa dos navios do rei Canuto I, — diz ainda o mesmo autor — ostentava estátuas de metal prateado refletindo no oceano os raios do sol, enquanto a proa brilhava com o revestimento das placas de cobre e terminava por um esporão ligado ao corpo do navio ou um beque coroado por uma cabeça esculpida semelhando dragão ou serpente, insígnias dos principais chefes.

Tal se daria ao findar do décimo século nos navios reais do cognominado Dana Ast ou a alegria dos dinamarqueses, e não certamente ao decorrer das primeiras incursões dos vikings, cujas aventuras a história registra de 789 da nossa era até além do ano mil.

Deve-se considerar, porém, que o ano de 912 representou, por seus descendentes os normandos, a fundação, na antiga Neustria, do ducado da Normandia. E esses renovaram ilustrando o espírito de aventura marítima de seus antepassados para, como aqueles, em suas peregrinações por terras alheias, semearem um glossário de termos náuticos que várias línguas e raças conservam esquecidas da verdadeira etimologia.

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