se cristalizará no patois normando, mas revelando a cada passo, entre saxões e latinos, a raiz nórdica em tantos vocábulos marinheiros.
Os vocábulos marítimos de raiz nórdica — diz de la Roncière — dominaram em grande parte os de origem latina mais usuais quanto aos termos de guerra, de equipamento e construção naval importados pelos franceses; e esses vocábulos se disseminaram em tempos passados, mais prodigamente, pelos povos latinos do Mediterrâneo e da Península Ibérica, ao decorrer da nova missão histórica a que foram chamados os normandos.
No princípio do século XI, no ano de 1016, peregrinos normandos — que as sagas consagraram como os Jorsalafarirs — viajaram belicamente o Mediterrâneo a bater como infiéis, gregos e muçulmanos e, com auxílio de reforços, para subdividir estados precários da hoje Itália Meridional. A Sicília, o ducado de Nápoles, a República de Amalfi, Salerno e o ducado de Benevento só assim poderiam vir a formar o Reino das Duas Sicílias. O espírito prático dos normandos — segundo de la Roncière — lhe imprimirá uma tal coesão que ele vingará até 1860, a despeito das numerosas dinastias que passaram sobre essas terras, sem ganhar raízes profundas.
Enquanto ao norte da Europa ainda os seus ascendentes em 1026, costeando a Noruega, alcançavam no Mar Branco a foz do Dwina, onde se erguia o templo de Jumala em Biarmia — hoje provavelmente a cidade de Arkhangel —, ao sul, os normandos foram desenvolvendo ativa ação marítima no Atlântico e no Mediterrâneo. Obtiveram eles, em 1027, a cessão de terras do duque Sergio de Nápoles nas quais fundaram a cidade de Aversa e um condado. De 1040 a 1043, deu-se a posse da Apúlia. Em 1053, possuíam feudos